Infelizmente o site acabou e vai sair do "ar". Por isso, resolvi colocar aqui no blog as resenhas da Subversos 1 e 2 publicadas no Homem Nerd para que não se percam as matérias da imprensa relacionadas à revista.

Os editores da revista Subversos conseguiram a publicação de sua obra em uma parceria com a Prefeitura da Cidade de São Paulo. Por meio da Secretaria de Cultura, os gastos com impressão são cobertos e cabe aos editores preparar o material que será distribuído gratuitamente em bibliotecas públicas. O primeiro número também já está disponível para download no blog da revista.
Abrindo muito bem, a história Mechanos traz uma boa arte em um argumento interessante. Sonhar É Melhor consegue com apenas três páginas contrapor a cidade e o campo em suas duas colunas e até faz uma crítica social. Trípiticos tem uma idéia muito boa e os desenhos de Alescio Vieira são marcantes.
Histórias começa um pouco verborrágica, mas seu roteiro consegue passar a mensagem sem subestimar a inteligência do leitor. Poderia ser um pouco mais longa e utilizar outros elementos folclóricos. Special OK parece ter sido escrita para ser um curta-metragem de boa qualidade, mesmo com o desfecho abrupto. Apesar de o letramento ser um pouco infeliz, a arte prima pelos detalhes. Uma história sem título vem em seguida e convida o leitor a virar a revista na posição paisagem. Vale a pena prestar atenção aos desenhos enquanto esse breve e singelo episódio se desenrola, como um pequeno poema.
Drops é uma das mais engraçadas atrações de Subversos. Explorando uma situação que todos já presenciaram, muitas risadas podem ser esperadas em apenas três páginas. Diametralmente oposta, em seguida chega Mendigos, uma das partes mais deprimentes da revista. Uma reflexão intimista sobre a questão dos sem-teto fará o leitor parar por um tempo para digerir o que foi exposto.
Independência começa bem e captura a atenção logo na primeira página. Infelizmente o roteiro desanda do meio para o fim e a sensação que fica é que se perdeu o foco. Logo depois, algumas tiras bem variadas seguidas por uma página inteira com as tiras intituladas Marmiteiros que poderiam facilmente ser vistas fazendo sucesso em jornais de grande circulação.
Vidas Anônimas fecha a revista com uma crueza visceral. Na última página há um pequeno histórico da quase de duas dezenas de autores que produziram o material que compõe Subversos.
Resenha escrita por Edu Fernandes e publicada no site Homem Nerd em 06/10/2008

Depois de um primeiro número super-supimpa, a segunda edição da Revista Subversos começa no clima de Tropa de Elite (“osso duro de roer / pega um pega geral"), com a história “Santo de Favela”. Na real, a semelhança com o filme do machão Capitão Nascimento é o único apelo... os desenhos até são bem feitos, mas o roteiro é chatinho.
O tema da publicação, que tem distribuição gratuita em São Paulo (uhu!), continua sendo o tal cotidiano urbano. Assim, as histórias têm muita brecha para fazer crítica social. Várias páginas são dedicadas a botar o dedão nas feridas da metrópole e o resultado é variado. Às vezes a gente casca o bico (“Organização É Tudo”), às vezes a gente fica pensando no problema (“Um Final Feliz”)...
A forma de apresentação das histórias é tão variada quanto um self-service por kilo! Alguns contos são bem quadradinhos e tradicionais, outros são mais ou menos diferentosos (tipo uma sem desenhos, só com os quadros e os balões), e outras partes são bem tresloucadas e o leitor tem de adivinhar a ordem de leitura. “Lobo Mau” é um dos exemplos mais ousados. É legal, mas pode confundir quem é iniciante na nona arte. Os próprios editores disseram que querem atrair novos fãs para os quadrinhos (em entrevista dada ao Edu), mas não é por isso que iam ter tanto trabalho para fazer uma revista mirim – no mau sentido, é claro.
Resenha escrita por Marcelo C. Gomes e publicada no site Homem Nerd em 26/11/2008